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O fator econômico é fundamental para a sobrevivência e competitividade dos clubes de futebol, influenciando diretamente o desempenho em campo. A saúde financeira dos times é determinada pela sua capacidade de gerar receitas e gerir despesas de forma eficiente, algo que ainda é um grande desafio para muitos clubes brasileiros, que frequentemente acumulam dívidas significativas.
Principais fontes de receita
Direitos de transmissão: Representam a maior fonte de renda para a maioria dos clubes brasileiros, superando até mesmo a venda de jogadores. Esses valores vêm de contratos com empresas de comunicação que transmitem os jogos.
Negociação de jogadores: A venda de atletas é crucial para a saúde financeira dos clubes, especialmente os de menor porte. A porcentagem de receita gerada pode variar entre 10% e 30% do faturamento total. O desenvolvimento de novos talentos nas categorias de base é uma estratégia importante para garantir essa receita.
Publicidade e patrocínios: Acordos com patrocinadores e fornecedores de material esportivo geram valores significativos para os clubes.
Receitas de match day: Incluem a bilheteria e a exploração do estádio. Em 2023, o Flamengo liderou as maiores rendas de bilheteria do Campeonato Brasileiro.
Programas de sócio-torcedor: A participação dos torcedores nos programas de sócio-torcedor tem se mostrado fundamental para as finanças dos clubes. Em 2023, a receita com sócios-torcedores da Série A cresceu 72%, com Corinthians, Flamengo, Internacional, Grêmio e Palmeiras sendo os principais arrecadadores.
Desafios e desafios financeiros
Endividamento: Muitos clubes brasileiros lutam contra altas dívidas, que podem comprometer a estabilidade financeira e a capacidade de investimento. Em 2025, o Corinthians liderou o ranking dos clubes mais endividados do Brasil, seguido por Atlético Mineiro, Cruzeiro, Vasco e São Paulo.
Custo de pessoal: Salários de jogadores e comissão técnica representam uma das maiores despesas dos clubes. Uma má gestão desses custos pode levar a déficits financeiros.
Gestão financeira ineficiente: A falta de organização financeira e a dependência de receitas não recorrentes, como a venda de jogadores, para cobrir custos operacionais recorrentes, é um problema comum.
Tendências e inovações econômicas
Sociedade Anônima do Futebol (SAF): A criação da SAF permite que os clubes se transformem em empresas, com ações que podem ser adquiridas por investidores. Esse modelo atrai capital externo e pode melhorar a gestão financeira, mas sua eficácia depende da administração.
Diversificação de receitas: Há um crescente esforço para diversificar as fontes de receita, explorando o potencial de marketing digital e novas parcerias comerciais.
Fair play financeiro: A CBF tem trabalhado na implementação de um modelo de fair play financeiro para promover uma gestão mais responsável entre os clubes. Segundo especialistas nos veiculos de imprensa no Brasil.
Confira o artigo dos autores MARKE GEISY DA SILVA DANTAS
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
YURI GOMES PAIVA AZEVEDO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CHRISTIANE LARISSA DUARTE DO NASCIMENTO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte na Universidade de São Paulo.
Influência dos Fatores Financeiros e Esportivos Sobre o Valor dos Clubes de Futebol
Brasileiros
MARKE GEISY DA SILVA DANTAS
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
YURI GOMES PAIVA AZEVEDO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CHRISTIANE LARISSA DUARTE DO NASCIMENTO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Resumo
O presente estudo tem como objetivo investigar quais são as variáveis financeiras e esportivas
que influenciam no valor dos clubes de futebol brasileiros mais valiosos de acordo com a
pesquisa da BDO RCS (2015), justificando-se pelo aprofundamento em uma esfera dos
estudos do mercado de futebol até então pouco explorada, que é o valor dos clubes de futebol
brasileiros, bem como a sua relação com as variáveis financeiras e esportivas. Para investigar
essa relação, foram coletados dados da BDO RCS (2015), que elenca os clubes de futebol
mais valiosos no Brasil, bem como das demonstrações contábeis dos clubes futebol no
período de 2011 a 2014, sendo a amostra da pesquisa composta por 24 times, tendo em vista a
exclusão de seis clubes que não tinham dados disponíveis ou foram considerados outliers
através da análise do boxplot. No modelo proposto, o Q de Tobin foi utilizado como proxy
para o valor dos clubes, sendo utilizada, através do pacote estatístico Gretl 2015®, a regressão
linear múltipla para tratamento dos dados. Dentre os principais resultados, observa-se que as
variáveis “ranking CBF”, “grau de endividamento” e “custo/receita” apresentaram-se
estatisticamente significativos para explicar o valor dos clubes de futebol brasileiros,
diferentemente das variáveis “retorno sobre ativos”, “primeira divisão” e “liquidez corrente”,
que não apresentaram-se significantes ao nível de 5%. Dessa forma, percebe-se que os clubes
que possuem maior pontuação de acordo com a convenção do ranking nacional de clubes,
bem como que apresentam maiores índices de endividamento e menor relação “custo/receita”
são mais valorizados no mercado.
Palavras chave: Valor dos Clubes, Clubes de Futebol Brasileiros, Q de Tobin.
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1 Introdução
Considerado como o esporte mais popular do mundo, de acordo com Nicolau (2011), o
futebol têm-se tornado cada vez mais profissional, tendo em vista o crescimento das receitas
na comercialização de produtos relacionados aos times nos últimos 20 anos, bem como da
concessão de direitos de mídia e merchandising, em comparação com décadas anteriores
(Gerhards & Mutz, 2016).
Por estarem crescendo mais que outros tipos de negócios nas últimas décadas, conforme
descrevem Ecer e Boyukaslan (2014), verifica-se que a indústria do futebol vem sofrendo
mudanças significativas, tendo em vista que as equipes tornaram-se negócios competitivos,
em que os custos dos clubes, a divulgação na mídia e o número de fãs-consumidores
cresceram substancialmente, impactando cada vez mais na criação de valor dos clubes de
futebol (Capasso & Rossi, 2013).
No tocante à criação de valor, Freeman, Harrison, Wicks, Parmar e De Colle (2010)
descrevem que os clubes estão sujeitos às mesmas pressões que outras organizações, como
objetivos relacionados à busca de eficiência e sustentabilidade financeira. Nessa perspectiva,
Frick (2007) complementa, descrevendo que o valor de um clube de futebol é composto por
seus ativos tangíveis, como estádios e equipamentos, bem como pelos ativos intangíveis, os
quais são constituídos principalmente pelos valores individuais dos jogadores de futebol.
Levando em consideração que os clubes de futebol são companhias semelhantes às
grandes empresas em relação à estrutura de ativos (Yang & Sonmez, 2005), percebe-se que os
clubes de futebol no Brasil diferenciam-se de clubes de outros países, tendo em vista que os
times brasileiros, em sua maioria, são associações sem fins lucrativos, enquanto que no
mercado internacional, alguns clubes são listados na Bolsa de Valores, conforme evidenciam
Capasso e Rossi (2013).
No futebol brasileiro, cada clube possui características particulares que influenciam na
criação de valor dos mesmos, denominadas pela BDO RCS (2015) como variáveis
mercadológicas, tendo em vista os diferentes perfis de torcida, desenvolvimentos das receitas,
marcas e características dos mercados em que estão localizados. No entanto, apesar da
importância de investigar os fatores que influenciam no valor dos clubes de futebol, percebe
se que os únicos ensaios realizados na área foram os de Scelles, Helleu, Durand e Bonnal
(2013) e Scelles, Helleu, Durand e Bonnal (2016), que identificaram os determinantes do
valor dos clubes Europeus.
Dessa forma, percebe-se que a literatura acerca dos determinantes do valor de clubes é
mais extensa quando trata-se de participantes da Major League Baseball (MLB), National
Basketball Association (NBA), National Hockey League (NHL) e National Football League
(NFL), tendo em vista os estudos realizados por Alexander e Kern (2004), Miller (2007),
Humphreys e Mondello (2008), Miller (2009) e Ulrich (2011), sendo as primeiras pesquisas
realizadas nos Estados Unidos, conforme evidenciam Scelles et al. (2016).
Considerando, então, a incipiência de estudos que investiguem os determinantes do
valor dos clubes de futebol, principalmente no contexto nacional, bem como pelo desempenho
econômico, financeiro e esportivo de um clube de futebol gerar impacto em seu valor, o
presente estudo tem como objetivo investigar quais são as variáveis esportivas e financeiras
que influenciam significativamente na geração de valor dos clubes mais valiosos do futebol
brasileiro.
Nesse sentido, esta análise de valor dos clubes brasileiros de futebol é desenvolvida
com base em dois grupos de variáveis: as variáveis financeiras e esportivas. Ademais, a BDO
RCS (2015) enfatiza que o uso de dados financeiros, pesquisas com o torcedor, informações
de marketing esportivo de cada clube, dados econômicos e sociais dos brasileiros, como os
hábitos de consumo dos torcedores são variáveis indispensáveis na avaliação das marcas de
tais clubes.
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A presente pesquisa justifica-se pelo aprofundamento em uma esfera dos estudos do
mercado de futebol até então pouco explorada, que é o valor dos clubes de futebol brasileiros,
bem como a sua relação com as variáveis financeiras e esportivas que influenciam na geração
de valor. De forma complementar, esta pesquisa contribui com o processo de gestão dos
clubes de futebol, buscando o entendimento dos aspectos que influenciam este esporte e gera
a maximização dos resultados financeiros.
O estudo está estruturado em cinco sessões. Na próxima seção, encontra-se o referencial
teórico, que aborda aspectos relacionados ao mercado de futebol, como os direcionadores de
valor dos clubes, além dos estudos recentes relacionados à área. A terceira apresenta a
metodologia utilizada para a análise de dados. Na quarta tem-se a análise dos resultados
obtidos, para, em seguida, na quinta parte, apresentar as considerações finais, onde foram
evidenciadas as constatações do estudo, também apresentando sugestões para futuros
trabalhos.
2 Referencial Teórico
2.1 Direcionadores de Valor dos Clubes de Futebol
Atualmente, o futebol não é mais visto apenas como um esporte, e sim como uma
grande indústria de entretenimento capaz de gerar bilhões de dólares em bilheterias,
patrocínios, na compra e venda de jogadores, entre outras formas de arrecadar recursos
(Dantas & Boente, 2012). Nessa perspectiva, Silva e Campos (2006) evidenciam que o
futebol mundial movimenta cerca US$ 250 bilhões por ano, sendo o Brasil responsável por
aproximadamente 1% desse valor.
De acordo com uma pesquisa da Forbes (2016a), o Real Madrid foi eleito como o clube
mais valioso do mundo, pelo quarto ano consecutivo, chegando à US$ 3,65 bi, valor 12%
maior que no ano passado. A pesquisa ainda destaca que o Barcelona aproxima-se ao Real
Madrid, com o valor de US$ 3,55 bi, também com crescimento de 12% quando comparado
com o valor de 2015. Entretanto, apesar de se destacarem como celeiros de craques, os clubes
brasileiros não alcançam esse nível, fato evidenciado por Tavares (2009), que afirma que a
maioria dos clubes de futebol brasileiros se tornaram menos capazes de competir com os
países desenvolvidos, por serem desestruturados e amadores, e pela incapacidade de reter
grandes talentos por um período suficiente para se montar um time competitivo e conquistar
títulos.
Dantas (2013) consolida tal realidade ao afirmar que os aspectos econômicos dos clubes
brasileiros há tempos atrás não eram explorados, que não havia uma preocupação com a
gestão dos clubes como nos países da Europa. Silva e Campos (2006) complementam,
descrevendo que os resultados obtidos no esporte em outros países como EUA, Inglaterra,
Itália, Espanha e Alemanha sugerem que o Brasil está atrasado em sua gestão profissional. Na
visão dos autores, o futebol Europeu avançou muito em comparação ao Brasileiro, pois o seu
governo e os administradores europeus do futebol adiantaram o conceito de profissionalização
e formularam leis que forneceram maior segurança e estímulo ao torcedor.
No âmbito brasileiro, segundo pesquisa da Forbes (2016b), o Corinthians é o clube mais
valioso. Com valor estimado em quase US$ 532,7 milhões, ele é também o clube que mais
vende seus espaços de patrocínio. O Palmeiras e o Grêmio seguem atrás, avaliados por US$
480,1 milhões e US$ 320,9 milhões, respectivamente. Dessa forma, observa-se que os clubes
brasileiros estão longe de aproveitar todo o seu potencial, se comparado aos clubes mais
valiosos do mundo citados anteriormente.
De acordo com Perruci (2006), os clubes que apresentam melhores resultados
esportivos e financeiros são aqueles que utilizam sistemas de gestão baseados nos princípios
da administração. Porém, a aplicação de tais modelos não garante que os clubes de futebol
profissionais brasileiros tenham superioridade técnica-esportiva e financeira em relação aos
3
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demais. De forma complementar, os autores evidenciam, no tocante ao aspecto econômico
dos clubes de futebol, que o seu êxito se deve a vários fatores além das políticas de gestão
profissional ou o desempenho nos gramados, como o tamanho da sua torcida, pois esta
influencia todas as suas fontes de receita.
Dentre os direcionadores relacionados à criação de valor dos clubes de futebol, Zagnoli
e Radicchi (2010) consideram que os torcedores são de importância central para a criação de
valor, levando em consideração a presença nos jogos, bem como a aquisição de produtos
oficiais. Além disso, considera-se que os torcedores também são importantes na criação de
valor dos clubes, tendo em vista que, além da fidelização no consumo de produtos registrados
e comparecimento nos jogos, eles atraem novos torcedores.
Segundo Pereira (2013), sem dúvida é importante estudar e interpretar os torcedores dos
clubes com a finalidade de desenvolver estratégias que satisfaçam eficientemente as suas
expectativas, sendo fundamental perceber quais são as suas motivações e quais as variáveis
que determinam seu perfil. Entretanto, os autores ressaltam também que o envolvimento dos
adeptos com os seus clubes não é homogêneo, muito menos estático, pelo contrário, é
resultado de um processo de desenvolvimento da intensidade, do apoio, do conhecimento e da
identidade, com diferentes antecedentes, manifestações e consequências em cada indivíduo.
A Copa do Mundo de 2014, na qual o Brasil foi a sede, gerou vários benefícios
econômicos. De acordo com Domingues, Betarelli e Magalhães (2011), tais benefícios dizem
respeito, por exemplo, às obras de infraestrutura urbana e a construção de 12 estádios
espalhados pelo Brasil de alta qualidade. Assim, tal fato incentivou a ida dos torcedores aos
estádios para prestigiar os jogos de perto.
Assim, um dos fatores que podem influenciar diretamente no valor dos clubes de
futebol é a qualidade de seus estádios, confirmando, assim, a perspectiva de Scelles et al.
(2013) e Scelles et al. (2016), que evidenciam que quanto maior a idade do estádio, menor a
criação de valor nos clubes europeus.
Além desse direcionador de valor, destacam-se os atletas, tendo em vista que, segundo
Rowbottom (2002), o registro dos direitos dos jogadores é considerado um dos principais
bens dos clubes de futebol. Nessa perspectiva, Dimitropoulos e Koumanakos (2015)
evidenciam que o investimento em jogadores de futebol, representado pelo ativo intangível
capital humano, possibilita agregar valor ao clube, otimizando, assim, seu desempenho
econômico-financeiro. De forma complementar, Scelles et al. (2016) demonstram que o valor
dos jogadores que atuam nos clubes é significativo para a criação de valor das equipes.
De forma complementar à criação de valor pelo aumento de público nos estádios e
campanhas de publicidade, de forma geral, também observa-se que o investimento nos
jogadores propicia criar valor através da venda de jogadores para o mercado exterior, tendo
em vista que, de acordo com Magee e Sungden (2002) e Poli (2010), os clubes brasileiros têm
obtido receitas consideráveis na venda de jogadores devido ao processo de globalização do
futebol, corroborando, assim, com Capasso e Rossi (2013), que descrevem que uma
temporada bem sucedida para um clube de futebol está relacionada com fatores como o
aumento de receitas com títulos, direitos de transmissão e vendas de ingressos.
Outro fator que também influencia na criação de valor, de acordo com as pesquisas
empíricas realizadas na área, é o desempenho esportivo em campo, levando em consideração
os achados de Nicolau (2011), Scelles et al. (2013), Rohde e Breuer (2016) e Scelles et al.
(2016), tendo em vista a relação entre o desempenho nos jogos e a conquista de títulos, que
impactam positivamente no aumento de receitas dos clubes.
Em relação às receitas dos clubes de futebol, que estão relacionadas com a criação de
valor nos clubes, Baroncelli, Lago e Szymanski (2004) descrevem que as principais são:
vendas de ingressos, sócio-torcedor, aluguel dos estádios, patrocínios, merchandising e venda
de jogadores. De forma complementar, Capasso e Rossi (2013) evidenciam que os patrocínios
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são uma importante fonte de receita para os clubes de futebol, levando em consideração que
diversas empresas desejam associar suas marcas a uma equipe bem sucedida. Além disso, as
receitas de transmissão também são consideradas uma importante fonte de receita,
principalmente com a expansão das transmissões em canais pay-per-view.
2.2 Estudos Recentes
Levando em consideração que fatores econômicos, financeiros e esportivos dos clubes
impactam no seu valor, estudos anteriores investigaram os fatores determinantes do valor dos
clubes de futebol na Europa, bem como de clubes de outros esportes, com base nas ligas
MLB, NBA, NFL e NHL, conforme demonstra a Tabela 1.
Tabela 1. Estudos recentes na área
Autores Amostra Principais Resultados
Alexander e Kern
(2004)
Quatro grandes ligas
americanas (MLB, NBA,
NFL e NHL), no período
entre 1991-1997
A única variável que se apresentou estatisticamente
significante e com coeficiente positivo para todas as
ligas foi a “performance esportiva no ano anterior”. A
“população” se apresentou significativa para a MLB,
NBA e NHL, enquanto que a variável “novas
instalações” se demonstrou significativa e também
com coeficiente positivo para a MLB e NHL. Por fim,
a “renda” se apresentou significante apenas para a
NBL.
Miller (2007) 26 times da MLB no período
entre 1990-2002
Os resultados demonstram que as variáveis
“população”, “performance esportiva no ano”,
“performance esportiva no ano anterior” apresentaram
se significantes e com coeficientes positivos, enquanto
que a variável “idade das instalações” apresentou-se
significativa, mas com coeficiente negativo.
Humphreys e
Mondello (2008)
Quatro grandes ligas
americanas (MLB, NBA,
NFL e NHL), no período
entre 1969-2006
As variáveis “população”, “propriedade privada” e
“idade da franquia” apresentaram uma associação
significativa e positiva com o valor da empresa. No
entanto, a variável “competição local” demonstrou-se
significante, mas com coeficiente negativo.
Miller (2009)
73 times da NBA, NFL e
NHL, no período entre
1991-2005
As variáveis que se apresentaram estatisticamente
significantes e com coeficientes positivos foram a
“renda”, para os times da NBA e NFL, a “performance
esportiva no ano anterior” para os times da NBA e
NHL e a “propriedade privada” apenas para a NHL. A
única variável que se apresentou significativa, porém,
com coeficiente negativo, foi a “idade das
instalações”, para os times da NFL.
Ulrich (2011) 30 times da MLB no período
entre 2000-2010
As variáveis “população da área metropolitana”,
“frequência anual dos torcedores”, “índice de fãs”
demonstraram-se estatisticamente significativas e com
coeficientes positivos. Entretanto, a variável “idade do
estádio” apresentou coeficiente negativo, sugerindo
que estádios mais antigos impactam negativamente no
valor dos times.
Scelles et al. (2013)
23 times europeus e 105
times das grandes ligas
americanas (MLB, NBA,
NFL e NHL), no período
entre 2004-2011
Os fatores determinantes que apresentaram-se
significativos e com coeficientes positivos para a
amostra dos times de futebol europeu foram: “tipo de
propriedade”, “número de torcedores”, “lucro” e
“performance desportiva”. Já as variáveis “idade das
instalações” e “competição local” apresentaram-se
significativas, mas com coeficientes negativos.
Scelles et al. (2016)
34 times europeus
(Alemanha, Espanha,
Escócia, França, Holanda,
Inglaterra, Itália e Portugal),
no período entre 2005-2013
As variáveis “valor dos jogadores”, “tipo de
propriedade”, “número de torcedores”, “lucro”, “lucro
operacional”, “competição local” e “performance
desportiva”
apresentaram-se
estatisticamente
significativas e com coeficientes positivos. Entretanto,
as variáveis “idade das instalações” e “população
local” apresentaram-se significativas, porém, com
coeficientes negativos.
Fonte: Elaborado pelos autores
Com base nos estudos anteriores, percebe-se que a literatura é mais extensa no tocante
às ligas MLB, NBA, NFL e NHL. No entanto, em relação aos clubes de futebol, o primeiro
estudo na área foi o de Scelles et al. (2013). Este fato é justificado pelo autor, na perspectiva
que o valor da empresa, no contexto dos clubes de futebol, só começou a ser investigado
recentemente, explicando, assim, a não realização de estudos anteriores que verifiquem os
fatores determinantes do valor dos clubes europeus. De forma complementar, observa-se a
inexistência de estudos nacionais que investiguem os fatores determinantes do valor dos
clubes de futebol, bem como de outros esportes.
3 Procedimentos Metodológicos
Considerando que este estudo tem como objetivo investigar as variáveis financeiras e
esportivas dos clubes de futebol, bem como a influência destas sobre o valor dos clubes
brasileiros mais valiosos, utilizou-se a pesquisa mais atual da BDO RCS (2015), empresa que
realiza um estudo anual sobre os clubes de futebol brasileiros, no qual é feito uma avaliação
das marcas dos maiores clubes de futebol do Brasil.
O ranking conta com 30 marcas avaliadas no estudo de 2015, que são: Corinthians, São
Paulo, Palmeiras, Santos, Portuguesa, Ponte Preta, Guarani, Flamengo, Vasco da Gama,
Fluminense, Botafogo, Atlético-PR, Curitiba, Paraná, Sport, Náutico, Santa Cruz, Avaí,
Figueirense, Criciúma, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia, Vitória, Goiás,
Atlético GO, Ceará e Fortaleza.
No entanto, para este estudo, foram coletados os dados de 24 clubes dos 30 contidos na
classificação da BDO RCS (2015) como os mais valiosos do Brasil, sendo retirados da
amostra o Fortaleza, Ceará, Atlético Goianiense, Santa Cruz, Guarani e Portuguesa devido à
indisponibilidade de dados referentes aos seis clubes, entre os anos de 2011 e 2014, período
analisado neste estudo. Assim, a amostra final é composta por 24 clubes, sendo ela do tipo
não probabilística, tendo em vista a inacessibilidade a todos os elementos da população.
O método estatístico de análise utilizado neste trabalho para descrever e prever o
comportamento das variáveis esportivas e financeiras foi à chamada Regressão Linear
Múltipla com dados cross sectional, feita no software Gretl 2015®, em que as variáveis foram
selecionadas pelo critério teórico, isto é, foram introduzidas por que constituem a base teórica
da pesquisa. Assim, pode-se afirmar que o método de seleção de variáveis utilizado neste
trabalho foi o chamado “Especificação Confirmatória”, que segundo Corrar, Paulo e Dias
(2009), as variáveis são inseridas pelo pesquisador conforme deseja de acordo com
especificação de estudos anteriores e, assim sendo, é preciso especificar o conjunto de
variáveis explicativas nas mesmas bases dos estudos anteriores.
A Tabela 2 apresenta as variáveis utilizadas neste estudo, o seu cálculo e a fonte além
dos sinais esperados para os coeficientes.
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Tabela 2. Variáveis da pesquisa
Proxy
Cálculo/Fonte
Q de Tobin
Valor de Mercado dividido pelo Ativo Total
Sinais
Esperados
Estudos
Anteriores
Variável
Dependente
Liquidez
Corrente
Ativo Circulante dividido entre Passivo Circulante -
+
Grau de
Endividamento
Relação entre o Passivo Total e o Ativo Total
Dantas, Freitas,
Costa e Barbosa
(2017)
+⁄ -
Custo/Receita
Relação entre Custo Operacional e Receita
Halkos e Tzeremes
(2013) e Dantas,
Machado e Macedo
(2015)
+
ROA
Relação entre Lucro Líquido e Ativo Total
Lei N° 13.155
(2015)
+
Dummy
Rebaixamento
Assume 1 para os clubes rebaixados para divisões
inferiores do Campeonato Brasileiro
Dantas (2013) -
Dummy 1ª
divisão
Assume 1 para os clubes da 1ª divisão do Campeonato
Brasileiro
Barbosa, Dantas,
Azevedo e Holanda
(2017)
+
Ranking CBF
Somatório da pontuação determinada pela CBF de
acordo com a posição final de cada clube nos
campeonatos providos pela instituição
Barros e Rossi
(2014)
+
Fonte: Elaborado pelos autores
Dantas et al. (2015)
Ressalta-se que o “Q de Tobin’’ foi definido como variável dependente do modelo de
regressão por ser considerado proxy para a criação de valor (Megna & Klock, 1993). De
acordo com Reinhart (1977), o Q de Tobin é definido como a vinculação entre o valor de
mercado de uma empresa e o valor de reposição de seus ativos físicos, sendo expresso por
Famá e Barros (2000) pela Equação 1:
(1)
Em que o VMA representa o valor de mercado das ações, ou o capital próprio da
entidade, VMD é o valor de mercado das dívidas, ou o capital de terceiros empregado, e VRA
é o valor de reposição dos ativos da empresa. Posto isso, o VMA+VMD evidencia o valor de
mercado total das empresas analisadas.
Neste trabalho, foi necessário fazer uma adaptação da fórmula do Q de Tobin, em que o
VMA+VMD é substituído pelos valores dos clubes de Futebol conforme pesquisa da BDO
RCS (2015), isto é, o valor de mercado dos 24 clubes analisados, visto que, trata-se de clubes
de futebol e não de sociedades anônimas com ações negociadas em bolsa de valores.
Dentre as variáveis selecionadas, apontam-se as denominadas desportivas, que foram
fundamentadas com base em estudos que indicam a relação entre fatores desportivos e a
geração de valor dos clubes. Já as variáveis financeiras foram selecionadas por representarem
indicadores financeiros referentes às empresas em geral e por serem informações extraídas
das demonstrações contábeis dos mesmos.
O “índice de liquidez corrente” demonstra a razão entre os ativos circulantes e os
passivos circulantes. Assim, representa a capacidade da empresa em honrar suas obrigações
financeiras de curto prazo. Tendo em vista que este índice pode evidenciar o potencial de
crescimento futuro da empresa, pode então afetar o valor de mercado da mesma.
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Kayo (2002) corrobora com esta perspectiva, afirmando que uma liquidez muito alta
pode indicar a falta de projetos de investimento, prejudicando, assim, o crescimento futuro da
empresa e, consequentemente, o valor de mercado da empresa. Dessa forma, essa variável foi
inserida com base em Dantas et al. (2017), esperando-se que exista uma relação positiva entre
o índice de liquidez corrente e o “Q de Tobin”, isto é, quanto maior forem os recursos para
saldar as dívidas de curto prazo, maior será o valor dos clubes.
Considerando que o “grau de endividamento” é uma proxy que evidencia as
dificuldades financeiras dos clubes de futebol do país, esta variável foi inserida no modelo
com base nos estudos de Halkos e Tzeremes (2013) e Dantas et al. (2015), objetivando apurar
se a geração de valor é influenciada pelo índice de endividamento. Supõe-se nesta pesquisa,
que haja uma inter-relação negativa ou positiva entre o valor e o grau de endividamento dos
clubes, em outras palavras, este indicador pode apresentar tanto um coeficiente positivo como
também negativo.
Se este indicador for positivo, pode sugerir que os clubes estão com maior
endividamento por estarem utilizando maiores valores de terceiros na realização de
investimentos em atletas de melhores qualidades, em suas arenas, na estruturação dos clubes,
entre as demais atividades operacionais do futebol em geral e assim, fomentar o crescimento
dos clubes para gerar mais riquezas. Dessa forma, um saldo positivo de endividamento poderá
retratar a magnitude do investimento operacional mantido pelos clubes para a implementação
do nível desejado de operações. Entretanto, quanto maior seu resultado, maior é a
dependência do capital de terceiros e maior será o risco do clube não conseguir pagar seus
compromissos.
Todavia, se o grau de endividamento dos clubes for negativo, retrata que o ativo total
dos clubes está sendo financiado em sua maior parte com o capital próprio, isto é, que a
dependência financeira de terceiros é pequena, consequentemente, menores são as dívidas
financeiras destes clubes e menor é o risco de não conseguir honrar com seus compromissos,
o que pode sinalizar um aumento do lucro dos clubes.
A variável “Custo/Receita” foi inserida com base na Lei nº 13.155 (2015), que define
que os custos com folha de pagamento e direitos de imagem de atletas profissionais não
superem 80% da receita bruta anual das atividades do futebol profissional, representando,
assim, a relação entre os custos e as receitas dos clubes de futebol brasileiros.
Espera-se que o coeficiente desta variável seja negativo, porque, quanto maior for seu
resultado, indica que os custos dos clubes são maiores que as receitas dos mesmos e
consequentemente o lucro apurado é menor e assim, menor será o valor dos clubes. Dessa
forma, esta variável pode ser tida como uma espécie de indicador do lucro dos clubes e por
isso é de suma importância que esta faça parte do modelo de regressão estimado.
Com base no estudo de Dantas (2013), a variável ROA foi inserida no modelo por
representar a lucratividade do ativo investido, bem como por demonstrar-se determinante na
eficiência financeira e esportiva dos clubes de futebol brasileiros. Dessa forma, em relação á
variável ROA, espera-se que o resultado do mesmo seja positivo, pois indica que os clubes
obtiveram uma rentabilidade positiva associada à atividade operacional dos mesmos.
A variável “Rebaixamento em campeonatos nacionais”, segundo Dantas et al. (2015),
representa, esportivamente falando, o insucesso maior de um clube no campeonato brasileiro,
foi inserida no modelo com base em Barbosa et al. (2017). Assim, pretendeu-se analisar se há
alguma relação entre este aspecto esportivo e o valor dos clubes, com o entendimento de que
o rebaixamento dos clubes provoca uma queda nos seus valores e por isso esta tende a
influenciar o valor dos clubes negativamente.
As variáveis “Primeira Divisão” e “Ranking CBF” representam características
esportivas do futebol. Para estas, espera-se que se apresentem de forma positiva, pois
certamente com maior sucesso esportivo, isto é, os clubes que permanecem na série “A” e
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melhor pontuação no Ranking CBF, maior também podem ser as receitas dos clubes e assim,
pode acarretar em mais valor aos clubes.
A variável “Primeira Divisão” foi inserida no modelo com base em Barros e Rossi
(2014), partindo do pressuposto que os clubes da primeira divisão são mais valiosos que os
das demais divisões, tendo em visa que existe uma redução nas receitas dos clubes quando
estes são rebaixados.
A variável “Ranking CBF” foi escolhida com base no estudo de Dantas et al. (2015),
que representa os principais resultados esportivos dos clubes brasileiros, tendo em vista que o
Ranking CBF é uma metodologia que atribui pontuações tanto do campeonato brasileiro (em
todas as séries), como a Copa do Brasil.
4 Análise de Resultados
4.1 Análise Descritiva
No que diz respeito à variável que representa o valor dos clubes de Futebol “Q de
Tobin”, conforme Tabela 3, os clubes Goiás e Flamengo apresentaram-se com os maiores
valores da amostra, sobretudo o Goiás, pois esteve na frente nos anos de 2011, 2012 e 2014 e
o Flamengo, no ano de 2013. Já o clube Paraná, em todo o período estudado, isto é, de 2011 a
2014, apresentou o valor menos expressivo, em outras palavras, foi o clube de menor valor da
amostra. A média varia entre 0,62 (2012) e 1,05 (2013). Já o desvio-padrão se mantém entre
0,50 (2012) e 0,78 (2013).
Tabela 3. Estatística Descritiva das variáveis do modelo de Regressão Linear Múltipla
Variáveis Est.
Descritiva 2011 2012 2013 2014
“Q de Tobin’’
(R$)
Média 0,78 0,62 1,05 0,99
D. Padrão 0,56 0,5 0,78 0,64
Máximo 2,05 (Goiás) 1,98 (Goiás) 2,63 (Flu) 2,54 (Goiás)
Mínimo 0,1 (Paraná) 0,1 (Paraná) 0,11 (Paraná) 0,13 (Paraná)
Custo/Receita
(%)
Média 83,53 77,54 85,14 109,92
D. Padrão 21,1 18,56 17,86 97,2
Máximo 145,06 (Goiás) 116,84 (Ponte) 136,03 (Figue.) 542,79 (Paraná)
Mínimo 57,42 (Bota.) 45,85 (Flu) 62,39 (Cricíu.) 41,85 (Goiás)
Grau de
Endividamento
(%)
Média 122,22 98,79 156,31 149,84
D. Padrão 105,36 79,69 179,57 167,55
Máximo 450,13 (Goiás) 396,71 (Goiás) 674,95 (Bahia) 815,88 (Bota)
Mínimo 17,23 (Sport) 16,55 (Sport) 14,6 (Sport) 37,73 (Cricíu.)
ROA (%)
Média -10,62 -0,61 -27,01 -12,7
D. Padrão 22,22 9,02 83,28 37,51
Máximo 7,83 (Cricíu.) 22,2 (Atl.-PR) 10,18 (Cricíu.) 60,19 (Goiás)
Mínimo -93,19 (Goiás) -22,29 (Figue.) -406,62 (Bahia) -158,42 (Bota.)
Índice de
Liquidez
Corrente (R$)
Média 0,39 0,46 0,33 0,27
D. Padrão 0,28 0,42 0,3 0,27
Máximo 1,28 (Atl.-PR) 1,85 (Sport) 1,2 (Cricíu.) 1,19 (Atl.-PR)
Mínimo 0,01 (Náutico) 0,01 (Ponte) 0,01 (Ponte) 0,01 (Náutico)
Ranking CBF Média 739,08 783,65 794 659,3
D. Padrão 289,89 254,61 333,38 252,24
Máximo
1240 (Vasco)
1290 (São Paulo) 1490 (Grêmio) 1280 (Cruzeiro)
Mínimo
240 (Cricíu.)
300 (Atl.-PR)
289 (Paraná)
294 (Náutico)
Fonte: Dados da pesquisa
Observa-se que os clubes que possuem maior grau de endividamento são o Goiás, nos
anos de 2011 e 2012, o Bahia, no ano de 2013, e o Botafogo, no ano de 2014. Enquanto os
que menos utilizam o capital de terceiros são o Sport, durante os anos de 2011, 2012 e 2013, e
o Criciúma, no ano de 2014. Considerando a média, percebe-se que, no período analisado, o
nível de endividamento sofreu uma queda de 2011 para 2012, passando de 122,22% para
98,79%, mas nos anos subsequentes ficou em alta, chegando a 156,31% em 2013.
Em relação à variável calculada pela razão entre os custos e a receita total dos clubes
(Custo/Receita), cujo objetivo é medir a eficácia de seus custos, os times que apresentaram os
maiores resultados foram: Goiás, Ponte Preta, Figueirense e Paraná, nos anos de 2011, 2012,
2013 e 2014, respectivamente. Todos estes clubes demonstraram resultado maior que 100%,
no entanto, o Paraná se destacou negativamente, pois apresentou como resultado dessa relação
542,79%, demonstrando que a capacidade de geração de receitas está muito abaixo dos custos
incorridos, revelando uma situação financeira não planejada.
Enquanto o Botafogo, o Fluminense, o Criciúma e o Goiás apresentaram os menores
resultados a essa relação nos anos de 2011 (57,42%), 2012 (45,85%), 2013 (62,39%) e 2014
(41,85%), respectivamente. Como tais resultados se mantiveram abaixo de 100%, demonstra
que tais clubes obtiveram maiores receitas em relação aos custos incorridos em tais anos, com
média variando entre 77,54% (2012) e 109,92% (2014).
No tocante ao índice de Liquidez Corrente, os clubes que apresentaram maior
capacidade em honrar suas obrigações financeiras no curto prazo foram o Atlético-PR, nos
anos de 2011 e 2014, o Sport, no ano de 2012, e o Criciúma, no ano de 2013. Já os times que
apresentaram menor valor desse indicador foram o Náutico, nos anos de 2011 e 2014, e a
Ponte Preta, nos anos de 2012 e 2013.
Sobre a variável financeira ROA, os clubes que apresentaram maior retorno sobre os
ativos foram o Criciúma, nos anos de 2011 e 2013, o Atlético-PR, no ano 2012, e o Goiás em
2014. Já os times com menor retorno foram o Goiás, Figueirense, Bahia e Botafogo, nos anos
de 2011, 2012, 2013 e 2014 respectivamente.
É importante destacar que realizou-se um ajustamento dos pois os clubes Santos, no ano
de 2012 e o Flamengo, no ano de 2014 foram considerados outliers, através do boxplot, as
quais prejudicam a interpretação do resultado do estudo de relações entre as variáveis
independentes e a dependente, sendo assim, retirados da amostra.
Variáveis
Tabela 4. Variáveis Dicotômicas (Frequência de Valores “1’’)
Est. Descritiva
2011
2012
2013
2014
Primeira Divisão
Frequência
17
16
19
19
Rebaixamento
Frequência
2
3
4
4
Fonte: Dados da peqsuisa
Em relação a frequência das variáveis Dummies, destaca-se a variável Primeira Divisão,
que aponta a quantidade de clubes da amostra que se encontraram na série A em cada ano
analisado (17, 16, 19 e 19 clubes na primeira divisão, para os anos 2011, 2012, 2013 e 2014,
respectivamente). Quanto a variável Rebaixamento, demonstra que poucos clubes da amostra
passaram por tal situação, com uma variação de 2, no ano de 2011, passando para 3, no ano de
2012 e 4 nos anos de 2013 e 2014.
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4.2 Análises do Modelo de Regressão Múltipla
Neste estudo, o R2 calculado é de 0,4963, isto demonstra que as sete variáveis
independentes usadas no modelo explicam 49,63% da variável dependente “Q de Tobin”.
Visto que o objetivo deste estudo não é de previsão com o modelo de Regressão múltipla e
sim para investigar se as variáveis explicativas exercem influência sobre o valor dos clubes de
futebol, então essa medida é considerada satisfatória.
Foi realizado o Teste F-ANOVA, usado para testar a adequação global do modelo de
Regressão, o qual permite concluir se há variáveis explicativas no modelo que são
significantes. Conforme a estatistica do teste, se o valor F estimado pelo modelo for maior o
valor de F da média de variabilidade explicada, rejeita-se H0, isto é, se a quantia de variação
explicada pelo modelo de regressão for maior que a variação explicada pela média, o modelo
de regressão estimado é significativo. Neste estudo, o teste-F atingiu um resultado abaixo de
0,05, indicando que pelo menos uma variável presente no modelo explica a variabilidade da
variável “Q de Tobin”.
Ademais, foi necessário realizar alguns testes para verificar se são atendidos os
principais pressupostos da Regressão Linear Múltipla. Na Tabela 5 estão demonstrados os
procedimentos utilizados para a verificação dos pressupostos do modelo dos estimadores de
Método dos Mínimos Quadrados e validação das inferências.
Tabela 5. Testes de verificação dos pressupostos do modelo de regressão
Pressuposto
Ho
P-Valor
Nível de
Significância
Resultado
Teste da Normalidade dos
Resíduos
Os resíduos apresentam
distribuição normal
0,33657
5%
Não Rejeita Ho
Teste RESET para Especificação
A especificação é
adequada
0,000489692
5%
Rejeita Ho
Teste White para a
Heteroscedasticidade
Sem
heteroscedasticidade
0,0828145
5%
Não Rejeita Ho
Fonte: Dados da pesquisa
O resultado do teste de avaliação do pressuposto da distribuição normal dos resíduos
constata que o p-valor de 0,33657, que corresponde à Sig. maior que α = 0,05, condição para
aceitar a hipótese nula do teste, isto é, a distribuição da série é tida como normal.
O teste Ramsey Reset verifica se há problemas de especificação na forma funcional do
modelo de regressão adotado, isto é, se há funções não lineares de variáveis independentes.
Através da implementação de um teste de restrição nos coeficientes usando a estatística F para
verificar H0. Como o resultado do p-valor foi de 0,000489692, que corresponde a Sig. menor
que α, rejeita H0, demonstrando que há algum problema com não-linearidades no modelo, ou
seja, tem-se um modelo tido como mal especificado, pois apresenta variáveis independentes
insignificantes para explicar a variável dependente “Q de Tobin”.
Em relação ao processo de avaliação do comportamento dos resíduos, foi realizado o
teste White com o intuito de examinar a inexistência de heteroscedasticidade, isto é, se a
variância dos resíduos das variáveis independentes mantém-se constante em toda a regressão.
Em outras palavras, o efeito da observação de cada variável X é nulo sobre as observações
seguintes, não existindo dependência dos erros. No caso estudado, o sig. é de 0,0828145,
portanto, seu coeficiente é significativamente diferente de zero e consequentemente se rejeita
a H0, isto é, indica que a heteroscedasticidade está solucionada para interferências estatísticas
(o conjunto dos resíduos referentes a cada observação de X tem variância constante em toda a
extensão das variáveis independentes).
Em resumo, no que diz respeito aos testes dos principais pressupostos da Regressão
Linear Múltipla, constatou-se que apenas o teste Ramsey Reset apontou resultado que implica
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em especificação inadequada na forma funcional do modelo de regressão adotado, isto porque
no modelo encontram-se variáveis que não exercem influência significativa sobre a variável
dependente. Todavia, como esta pesquisa busca identificar as variáveis que influenciam e as
que não influenciam a variável dependente, tal constatação não invalida o modelo estimado.
Já o teste da normalidade dos resíduos e o teste White para a Heteroscedasticidade,
demonstraram p-valores aos testes aplicados satisfatórios para validar o modelo estimado.
Para diagnosticar tal pressuposto, foi feito o teste chamado VIF (Fator de Inflação da
Variância), examinando as variâncias, já que estas indicam a relação entre as variáveis. Se
todos os VIF forem abaixo de 1, não há indícios de multicolinearidade, mas se houver algum
VIF maior que 1, os preditores são correlacionados, com multicolinearidade aceitável.
Entretanto, quando o resultado do teste atinge valores maiores que 10,0, isto indica a
existência de uma multicolinearidade problemática. Assim, nenhuma das variáveis apresentou
problemas de multicolinearidade.
Na Tabela 6, com base no resultado do modelo de regressão, verifica-se que as variáveis
Ranking CBF, relação Custo/Receita e Grau de endividamento, apresentam significância
estatística ao nível de 5%.
Tabela 6. Resultados do modelo de regressão múltipla
Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor VIF
Constante 0,207927 0,145332 1,431 0,1561 -
Ranking CBF 0,000530786 0,000228665 2,321 0,0226 ** 1,760
Custo/Receita -0,000992751 0,000477310 -2,080 0,0405 ** 1,214
ROA 0,000590714 0,00189331 0,3120 0,7558 1,992
Divisão 0,0723027 0,133875 0,5401 0,5905 1,758
Rebaixamento -0,182133 0,126408 -1,441 0,1533 1,117
Liquidez Corrente -0,153256 0,109449 -1,400 0,1650 1,179
Grau de Endividamento 0,00289083 0,000772274 3,743 0,0003 *** 2,023
*** Significante ao nível de 1% ** Significante ao nível de 5%. * Significante ao nível de 10%.
Fonte: Dados da pesquisa
Neste trabalho, adotou-se o Teste T com o objetivo de atestar quais são os coeficientes
estatisticamente relevantes das variáveis independentes do modelo no qual se utilizou o nível
de significância de 5% (α = 0,05). Com base na amostra, verificou-se que, das sete variáveis
independentes, apenas três apresentaram nível de significância em relação a variável
dependente.
Em relação ao fator “Ranking CBF”, seu p-valor (0,0226) é significante ao nível de 5%,
podendo-se, então, concluir que esta variável independente exerce influência significativa
sobre o valor dos clubes de futebol. Dessa forma, observa-se que os clubes que possuem
maior pontuação no Ranking (calculado a partir da Convenção de Pontos da CBF, para
campeonatos nacionais) conseguem agregar maior valor e obter maiores condições para
investir no clube como um todo do que os que se encontram com pontuações menos
expressivas.
Com base nesse resultado, destaca-se a dependência do valor dos clubes diante do
resultado esportivo nos campeonatos nacionais. De forma complementar, percebe-se que este
resultado corrobora com os achados de Dantas et al. (2015), tendo em vista que essa
apresentou-se com coeficiente positivo para explicar o valor dos clubes.
A variável “Custo/Receita” também se demonstra relevante para o estudo, com p-valor
de 0,0405, influenciando, assim, no valor dos clubes de futebol a um grau de confiabilidade
de 95%. Porém, esta relação entre o custo e a receita, diferentemente da variável “Ranking
CBF”, apresenta coeficiente negativo, significando que, quanto maior for seu resultado,
consequentemente, menor será o valor dos clubes de futebol.
Dessa forma, entende-se que os clubes que obtiveram os resultados maiores nessa
relação, estão com os custos maiores que as receitas geradas, demonstrando situação
financeira indesejada, que pode ser minimizada através de possíveis decisões apontadas para
atingir um maior retorno sem a utilização de mais capital.
Além das duas citadas, a variável “Grau de endividamento” apresentou-se significativa
ao nível de 1%, expressando que esta possui poder de influência sobre o valor dos clubes de
Futebol. Vale ressaltar, como tal indicador apresentou coeficiente positivo, demonstra que os
clubes mais endividados, possuem maior capacidade de gerar valor.
Por outro lado, as dummies Primeira Divisão e Rebaixamento em campeonatos
nacionais, além das variáveis, Liquidez Corrente e ROA, apresentaram um p-valor maior que
o nível de significância de 5%, não sendo possível fazer nenhum tipo de inferência da relação
entre essas variáveis e o valor dos clubes analisados.
5 Considerações Finais
Esta pesquisa buscou coletar e analisar o valor dos clubes de futebol no Brasil,
utilizando como base para tal fim a pesquisa da BDO RCS (2015), estudo sobre as marcas
mais valiosas do futebol brasileiro e aponta possíveis determinantes dos seus valores através
de um modelo de Regressão Linear Múltipla, para os anos de 2011, 2012, 2013 e 2014. Além
disso, utilizou-se de estudos anteriores para compor a métrica da análise das variáveis que
possuem grande potencial para influenciar o valor da marca de cada clube analisado.
Considerando os fatores que vêm se intensificando ao longo dos anos à respeito do
cenário do futebol, como a continuidade da ampliação das receitas de cada entidade com
marketing, estádio, sócios e mídia, o aumento dos valores recebidos dos patrocinadores e
ampliação do interesse de empresas em se associar aos clubes, a maior participação do
torcedor nos negócios gerados pelas entidades, as novas arenas com potencial de exploração,
o crescimento dos programas de sócio torcedor, enfim, a evolução dos clubes brasileiros ao
longo dos anos, optou-se por investigar o ramo do Futebol.
Por outro lado, deve-se levar em consideração a dificuldade financeira dos clubes,
evidenciada principalmente pelo indicador de endividamento e a relação “Custo/Receita”. O
grau de endividamento expõe o quanto os clubes estão endividados, percebendo-se que,
conforme o resultado da regressão, os clubes que agregaram mais valor no mercado são os
mais endividados. Nessa perspectiva, observou-se que os clubes elevaram seu valor ao passo
que aumentaram os investimentos em suas atividades operacionais utilizando-se do capital de
terceiros.
Dentre os fatores determinantes do valor dos clubes, observou-se que o endividamento
exerce influência positiva no valor dos clubes. Assim, um maior giro do capital investido com
recursos de terceiros possibilitará um incremento maior de valor, valorizando a marca dos
clubes. Partindo do pressuposto de que estes estão conseguindo suprir as necessidades da
gestão financeira do negócio ao longo do tempo analisado.
Além disso, a respeito do resultado da relação “custo/receita”, os clubes apresentaram
se em sua maioria com custos maiores do que as receitas atingidas nos anos analisados e
consequentemente o lucro dos mesmos diminuiu. Assim, a maior parte dos clubes demonstra
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que a capacidade de geração de receitas esta muito abaixo dos custos incorridas, revelando
uma situação financeira não planejada.
Na análise dos resultados da pesquisa foi exposto que os clubes mais valorizados em
termos de geração de valor são aqueles que conquistam as maiores pontuações na convenção
do Ranking nacional de clubes, partindo do pressuposto de que a maximização de resultados
esportivos nacionais está diretamente ligada ao valor de um clube de futebol.
Apesar das variáveis “ranking CBF”, o “grau de endividamento” e “custo/receita”
apresentaram-se estatisticamente significativos para explicar o valor dos clubes de futebol,
percebeu-se que as dummies Primeira Divisão e Rebaixamento em campeonatos nacionais,
além das variáveis, Liquidez Corrente e ROA, apresentaram um p-valor maior que o nível de
significância de 5%, não sendo possível fazer nenhum tipo de inferência da relação entre essas
variáveis e o valor dos clubes analisados.
Entretanto, apesar de não existir significância não impede de ressaltar o fato de que, os
clubes, de acordo com a amostra analisada, possuem uma situação indesejável em relação à
Liquidez Corrente e ao Retorno dos Ativos, variáveis tidas como financeiras, haja vista a
estatística descritiva dessas variáveis.
Os resultados desta pesquisa podem ser úteis para novos estudos que tenham como
objetivo identificar os fatores financeiros e esportivos que influenciem no valor dos clubes de
futebol do Brasil, que é ainda escassa ao nível nacional, conforme revisão da literatura. Além
disso, resultados de trabalhos relacionados à valoração dos times podem auxiliar gestores de
clubes a compreender melhor os elementos que influenciam, seja negativamente ou
positivamente na geração de valor dos clubes e valorização de suas marcas.
Como sugestão para estudos futuros, recomenda-se investigar se a quantidade de
jogadores estrangeiros que atuam nos clubes brasileiros influencia na criação de valor,
levando em consideração que as equipes cada vez mais têm-se tornado multinacionais,
conforme evidenciam Gerhards e Mutz (2016).
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
YURI GOMES PAIVA AZEVEDO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CHRISTIANE LARISSA DUARTE DO NASCIMENTO
Universidade Federal do Rio Grande do Norte na Universidade de São Paulo.
Fator econômico é crucial nos clubes de futebol.
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