Os efeitos da globalização no futebol.

A globalização é a aproximação entre as nações existentes no mundo, seja no âmbito, econômico, cultural, social e político. No entanto, o principal sentido da globalização está na integração de mercado entre os países.

Eu comecei a acompanhar futebol na segunda metade da década de 1980,eu me lembro,que naquela época,os jogadores também saiam do futebol brasileiro para os grandes centros na Europa. Então, caro (a) leitor(a),não serei ingênuo de afirmar, que de certa forma. o futebol já não fosse um tanto globalizado naquela época.

Mas, entretanto, os nossos melhores jogadores somente saiam daqui quando já estavam consagrados no futebol brasileiro. O ex atacante Romário, se transferiu para o PSV Eindhoven, somente com 22 anos e 124 gols pelo Vasco da Gama, entre 1985 e 1988.O mesmo caso se aplica ao ex atacante Muller, que somente se transferiu para a Itália, depois de ter marcado 45 gols pelo São Paulo entre 1985 e 1988.

O ex-meia Raí,foi outro que se transferiu para o futebol europeu, somente após se consagrar no São Paulo com 111 gols marcados entre 1987 a 1993.No entanto, os efeitos da globalização no futebol mundial, começaram a aparecer gradativamente no final de 1995.O tribunal de Justiça da União Europeia deu razão ao atleta belga Jean Marc Bosman que moveu uma ação contra seu clube por ter sido impedido de se transferir para um clube Frances. A partir da decisão favorável ao belga naquele momento, as ligas do futebol europeu foram proibidas de limitar a quantidade da atletas estrangeiros por clube. Se eu não me engano, isso ainda existe no Brasil, aonde os clubes brasileiros podem colocar no máximo cinco estrangeiros. Os  direitos de transmissão passaram a ser negociados por valores mais altos no mundo inteiro. A Inglaterra, por exemplo, começou a se adaptar a isso e mudou totalmente seu campeonato nacional. As receitas dos clubes, obviamente, também aumentaram consideravelmente.

No entanto, aos poucos, a globalização também foi deixando o futebol brasileiro cada vez mais vulnerável em relação ao futebol europeu. Sem números de estrangeiros nas ligas europeias, os países mais ricos, tiveram seus grandes clubes com os cofres cada vez mais cheios para garimpar jovens talentos no mundo inteiro.

Á partir do ano 2000, a globalização chegava ao futebol brasileiro, com efeitos devastadores. Em 2003, por exemplo, Kaká saiu do São Paulo para o Milan á preço de banana. Após a conquista do pentacampeonato mundial em 2002, o futebol brasileiro não tinha mais chances de competir com o poder econômico do futebol europeu.

Os jovens atletas revelados no Brasil, saiam cada vez mais cedo(fenômeno que também aconteceu no futebol argentino, por exemplo).Sem ter um mecanismo de proteção, os clubes brasileiros ficaram de cócoras para os clubes da Europa. Então, com as receitas maiores, os dirigentes dos grandes clubes, passaram a fazer a loucura de pagar R$ 1 milhão a 1 milhão e meio de reais por mês para jogadores no Brasil, tentando assim segurar seus principais jogadores por mais tempo.

O que acontece, é que o auge da globalização, a cabeça dos jogadores brasileiros também mudou muito. Se antes, o sonho dos jovens atletas, era jogar no time titular de um grande clube no Brasil, agora o sonho dos jovens atletas das categorias de base, era jogar o mais rapidamente possível no futebol europeu. Os atletas passaram a pressionar seus clubes a abaixarem o valor das multas rescisórias como uma condição para assinarem as renovações de contratos. Sendo assim, somente restou ao futebol brasileiros repatriar jogadores em fim de carreira e sem mercado no futebol internacional, pois o futebol brasileiro não pode competir de igual para igual com poder financeiro do futebol europeu.

A globalização chegou pra ficar no futebol mundial, e o futebol brasileiro não é exceção, eu só espero ainda ter chance de ver a seleção brasileira voltar a vencer uma Copa do Mundo, mas com a globalização jogando a favor dos europeus, acho bem difícil.