A Justiça do Rio destituiu na ultima quinta-feira, dia 7, Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A destituição é consequência da anulação de uma série de assembleias da entidade, entre elas a que elegeu o dirigente baiano. A Justiça também estabeleceu que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, atue como interventor na entidade até a convocação de novas eleições. A CBF irá recorrer. O Estadão pediu uma manifestação da confederação e do Ministério Público do Rio, mas não obteve resposta.
O julgamento da ultima quinta tratou da legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela CBF e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em março de 2022. Na época, o TAC permitiu que a Assembleia Geral da entidade elegesse Ednaldo Rodrigues. Mas esse ato foi considerado agora ilegal pela Justiça.
Por 3 votos a 0, a 21ª Câmara de Direito Privado considerou que o Ministério Público do Rio não tinha legitimidade para agir em assuntos ligados à confederação de futebol.
Os desembargadores Gabriel Zéfiro, Mauro Martins e Mafalda Lucchese consideraram inicialmente que o MP não poderia ter ajuizado Ação Civil Pública (ACP) contra as eleições realizadas pela CBF em 2017, quando Rogério Caboclo foi eleito. Posteriormente, a ação resultou na assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que também foi considerado nulo pelos magistrados. Essa revisão ocorre somente agora a pedido de dois ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Maeco Polo del Nero.
Nomeado interventor pelo Tribunal do Rio, Perdiz deverá convocar novas eleições na CBF em até 30 dias, como reza a lei. Até lá, será responsável por realizar despachos internos, como autorização para o pagamento das contas da entidade. Na prática, Ednaldo Rodrigues não é mais o presidente da entidade. Ednaldo estava na premiação ao Palmeiras na quarta-feira, na conquista do título do Brasileirão.
O Termo de Ajustamento de Conduta entre CBF e MP-RJ foi firmado porque o órgão da Justiça considerava ilegais as regras que regiam a eleição na confederação, ou seja, a que levou Ednaldo Rodrigues ao cargo de presidente. Isso porque uma mudança no estatuto da entidade, em 2017, estabeleceu pesos diferentes para os votos praticados por federações e clubes das séries A e B. Na prática, bastava as federações votarem em conjunto para definir o presidente.
Foi sob essa regra que Rogério Caboclo elegeu-se presidente da CBF em 2017, indicado pelo então presidente afastado Marco Polo del Nero. Depois, a dupla rompeu a amizade. Caboclo tinha com um de seus vice-presidentes Ednaldo Rodrigues, que acabaria assumindo o comando da entidade de forma interina quando Caboclo foi destituído, em meio a denúncias de assédio - que ele sempre negou e das quais foi inocentado na Justiça.
Opositores de Ednaldo na CBF tentaram barrar a eleição de março de 2022 alegando que o TAC fora assinado por ele, como presidente interino, e serviu para referendar uma eleição que o tornaria presidente de fato. Nesta quinta, a Justiça do Rio acatou o pleito.
Em meio a essa movimentação na Justiça, que teria entre os articuladores cartolas afastados pela Fifa, na semana passada a entidade máxima do futebol mundial enviou uma notificação à CBF alertando que a entidade poderia ser suspensa caso Ednaldo Rodrigues fosse afastado "por influência indevida de terceiros".
"Gostaríamos de lembrar que de acordo com o art. 14 par. 1 i) e art. 19 dos Estatutos da FIFA, as associações membros da FIFA são obrigadas a gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros. Qualquer violação destas obrigações pode levar a potenciais sanções, conforme previsto nos Estatutos da FIFA", dizia trecho do documento.
"Além disso, e em relação ao acima exposto, gostaríamos de enfatizar que quaisquer violações ao art. 14 par. 1 i) dos Estatutos da Fifa também pode levar a sanções, mesmo que a influência de terceiros não tenha sido culpa da associação membro em questão (art. 14, parágrafo 3 dos Estatutos da Fifa)", acrescentava o texto.
Na quinta-feira, a Fifa e a Conmebol reiteraram o alerta, em resposta a consultas realizadas pelo secretário-geral da CBF, Alcino Reis. Caso a suspensão seja levada adiante, uma das primeiras consequências práticas pode ser a exclusão do Fluminense do Mundial de Clubes, marcado para este mês na Arábia Saudita. Segundo informações do Jornal Estado de São Paulo.
Á voce que está me lendo eu digo ; Patrimonialismo ou Estado patrimonial (Patrimonialstaat) é uma forma de organização política onde a autoridade estatal é fundamentada principalmente no poder pessoal exercido pelo governante (ou corporação) sobre suas propriedades. Foi comum tanto nas monarquias quanto nas repúblicas pré-modernas.
O patrimonialismo foi implantado no Brasil pelo Estado colonial português quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades. Assim, torna-se "natural" desde o período colonial (1500–1822), perpassando pelo período Imperial (1822–1889) e chegando mesmo à República Velha (1889–1930) a confusão entre o público e o privado.
O conceito não se aplica somente ao Estado. É usado também para se referir a atitudes privadas. Por exemplo, existe uma grande aceitação da perturbação do sossego pela população. Alberto Carlos Almeida, no livro A Cabeça do Brasileiro (2007), comprova a tese dos sociólogos e antropólogos de que a sociedade brasileira é patrimonialista por meio de uma pesquisa de opinião feita com a população. Os resultados mostram que apenas 48% da população concorda que "quem dá uma festa com som alto não se preocupa com os vizinhos", e que 49% concordam que "se alguém se sente incomodado pelo vizinho, o melhor é não reclamar." Nota-se o uso do público como privado.
O patrimonialismo foi aplicado pelo sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, para explicar a diferença entre a administração patrimonial e a burocrática no Brasil:
No Brasil, onde imperou, desde tempos remotos, o tipo primitivo da família patriarcal, o desenvolvimento da urbanização [...] ia acarretar um desequilíbrio social, cujos efeitos permanecem vivos até hoje.
Não era fácil aos detentores das posições públicas de responsabilidade, formados por tal ambiente, compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e do público. Assim, eles se caracterizam justamente pelo que separa o funcionário "patrimonial" do puro burocrata conforme a definição de Max Weber. Para o funcionário "patrimonial", a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático, em que prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos. A escolha dos homens que irão execer funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades próprias. Falta a tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático. O funcionalismo patrimonial piode, com a progressiva divisão das funções e com a racionalização, adquirir traços burocráticos. Mas em sua essência ele é tanto mais diferente do burocrático, quanto mais caracterizados estejam os dois tipos.
No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal. Dentre esses círculos, foi sem dúvida o da família aquele que se exprimiu com mais força e desenvoltura em nossa sociedade. E um dos efeitos decisivos da supremacia incontestável, absorvente, do núclero familiar [...] está em que as relações que se criam na vida doméstica sempre forneceram o modelo obrigatório de qualquer composição social entre nós. [...]
— Holanda, Sérgio Buarque de (2016). «O homem cordial». Raízes do Brasil. [S.l.]: Companhia das Letras. De acordo com a historiadora Sandra Lima, na habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, nas Faculdades Integradas Alcantara Machado.
No Brasil, os clubes de futebol, e também federações, são uma espécie de patrimonio pessoal dos dirigentes. O patrimonialismo, se aplica nos clubes de futebol no Brasil, na forma em que os "eternos dirigentes", se apropriam dos clubes de futebol, como se estes fossem seus respectivos patrimonios pessoais.
Qualquer movimentação nos clubes de futebol no Brasil. Em sua maioria. Indicam apenas um modelo patriomonial, aonde público e privado se misturam em uma espécie de promiscuidade.
Promiscuidade é a característica daquilo que é promíscuo, que se mistura desordenadamente. Promiscuidade é o que se destaca pela imoralidade, pela prática de maus costumes sejam eles na vida particular ou na vida pública.
Nos nossos clubes de futebol no Brasil. Assim como nas nossas Fderações. Aonde público e privado se misturam pela imoralidade. Vamos muito mal no sentido de um progresso sustentável.
Na mistura promiscua entre público e privado. Os clubes de futebol no Brasil vão muito mal. Sim torcedor (as). Nossos clubes de futebol, vãio muito mal na promiscuidade público- privado.
E a Confederação Brasileira de Futebol. É um patrimonio de enriqueçimento dos seus respectivos ' gestores'.
A exclusão da Seleção Brasileira. E dos clubes de futebol no Brasil, em Campeonatoa da FIFA. Poderia ser o inicio de uma revolução.
Confira o ranking das Copas do Mundo, no site campeões do futebolhttps://www.campeoesdofutebol.
Confira no site campeões do futebol, a história, títulos e curiosidades de clubes brasileiros que conquistaram ao menos um troféu na sua história.https://www.campeoesdofutebol.
Imagem : Facebook da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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