sábado, 26 de setembro de 2020

O nosso patrimonialismo colonial. Os nossos vícios com sociedade que se refletem no esporte.

 O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os absolutismos.


No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades. Assim, torna-se "natural" desde o período colonial (1500–1822), perpassando pelo período Imperial (1822–1889) e chegando mesmo à República Velha (1889–1930) a confusão entre o público e o privado.

O patrimonialismo como traço histórico da sociedade brasileira permanece na crença de que o poder político é a via de acesso ao poder econômico. O patrimonialismo começou no Brasil quando os portugueses proibiram a construção de escolas e universidades no Brasil, pois nosso país servia apenas para enriquecer a coroa portuguesa. Ou seja: No período colonial brasileiro não havia qualquer distinção entre o público e o privado.

 A cultura patrimonialista no Brasil começou no período colonial, quando o país foi totalmente explorado pela coroa portuguesa. De certa forma, a mistura entre o público e o privado começou no período colonial.

Historicamente o Brasil nunca conseguiu separar o publico do privado na administração pública. Em todos os regimes governamentais, ainda que o país tenha tido algum progresso com a revolução industrial, o Brasil nunca conseguiu se livrar da praga patrimonialista, herdada do período colonial.

Eu estive na Suíça e na Itália em 2013.Na Suíça há uma clara distinção entre o público e o privado na administração pública. O parlamento suíço funciona basicamente em três princípios fundamentais, transparência, educação e igualdade. Na Suíça não existe espaço para as delinquências da corrupção que temos no Brasil. Na Suíça os parlamentares tem custo praticamente zero e sabem a diferença entre o publico e o privado.

O patrimonialismo brasileiro trabalha com a ideia de que o poder político é o acesso ao poder econômico. Durante os 322 anos do período colonial, entre 1500 1822, em que não tivemos escolas e universidades no Brasil, o patrmonialismo começou a ser colocado como um meio de ascendência econômica no alto baronato.

O patrimonialismo impediu com que o Brasil tivesse de fato fundado uma República em 1889. O termo “república” deriva do latim Res Publica e significa, literalmente, “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito ao interesse público de todos os cidadãos. 

No Brasil temos certamente uma República das Bananas. Sim querido (a) leitor (a): O conceito republicano na sua absoluta essência não trabalha com o principio de que o poder político é o acesso ao poder econômico. A verdadeira estrutura republicana trabalha como os princípios de transparência, educação e igualdade, pilares absolutamente fundamentais do parlamento da Suíça.

O Brasil é considerado uma das dez maiores economias do mundo. Nosso paias tem potencial natural o suficiente para ser uma potencia. Entretanto, talvez precisaria de uma grande revolução. O Brasil talvez precisaria ser refundado, para separar claramente o público e o privado na administração pública.

A Suíça não é um país culturalmente patrimonialista. Na Suíça não existe espaços para crimes de colarinho branco como no Brasil. A república suíça separa claramente os conceitos público e privado. Infelizmente o Brasil nunca conseguiu resolver essa questão desde o inicio da sua história. 

Rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro atinge dívidas de R$ 800 milhões. O anúncio foi feito, pelo Núcleo Dirigente Transitório, responsável pela gestão do clube desde o dia 23 de dezembro, segundo afirmou a reportagem da Revista Isto É, no dia 10 de Janeiro desse ano.

Desde que eu acompanho futebol, eu sempre vi os clubes arrecadarem valores consideravelmente altos com a venda de jogadores, e ainda assim, aumentarem seu endividamento.

E, nesse aspecto. Não adianta culpar a Lei Pelé. Pois, mesmo antes da Lei Pelé, os clubes brasileiros sempre viveram endividados. A verdade é que existe muita promiscuidade na parte administrativa dos grandes clubes brasileiros.

Os nossos clubes são administrados por pessoas que não tem o menor preparo para gestões esportivas. Sempre que eu acompanho os noticiários esportivos, eu vejo médicos, advogados, dentistas, juristas e publicitários na presidência dos grandes clubes.

Então me vem a seguinte pergunta: Qual é o preparo que um médico, dentista, advogado, publicitário ou jurista possui para cuidar das finanças dos clubes?.

O endividamento em massa dos grandes clubes brasileiros é fruto das administrações amadoras, fruto da promiscuidade existente na parte administrativa dos clubes em geral.

A situação financeira do Cruzeiro apenas reflete a promiscuidade e incompetência na administração dos grandes clubes brasileiros. A penúria cruzeirense mostra que o futebol pentacampeão mundial precisa superar a incompetência e a promiscuidade na gestão dos nossos grandes clubes.

A situação agonizante do Cruzeiro, apenas reflete um país que não consegue, jamais foi capaz de separar o público e do privado em todos os setores da administração pública. Um país com um forte traço patrimonialista, que permite uma zona cinzenta, aonde pessoas entram nos setores públicos apenas para enriquecimento pessoal.

O futebol brasileiro apenas nos diz, por intermédio da situação do Cruzeiro, que ainda temos o forte traço patrimonialista dos tempos da colonização portuguesa, no período de 1500 a 1822. O nosso país é atrasado como um país, como uma república, e também como uma sociedade soberana. O nosso país ainda vive o traço patrimonialista do Brasil Colônia, talvez ainda sejamos uma colônia. Sim leitor (a) : Um país que não tem capacidade de fazer como sociedade, uma separação do público e privado, ainda é um Brasil Colônia.

E esse Brasil Colônia, assola não somente o Cruzeiro, mas todos os clubes brasileiros, o nosso futebol,  e o nosso esporte como um todo.


Entretanto, apesar da dívida de R$ 800 milhões, a história cruzeirense requer respeito. Nos links, logo abaixo, você confere as conquistas do clube. Os links, logo abaixo, são dados do site campeões do futebol e da Wikipédia.
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 Credito da Imagem :Site Oficial do Clube.


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