Acompanho Formula 1 desde 1983 e tive a oportunidade de acompanhar a carreira de Ayrton Senna. Pesquisei a trajetória do brasileiro antes de 1983 e ele sempre se mostrou um fenômeno no automobilismo.
Em 1984, mostrou seu cartão de visitas no saudoso GP de Mônaco, e o mundo passou a conhecer o talento do tricampeão. Senna conseguiria ainda mais dois pódios no campeonato e era apontado como uma futura estrela da categoria.
No entanto, havia um problema: Senna era muito magro e desgastava alem do normal durante as corridas. Ele não aceitou sugestões, queria decidir por si mesmo o que era melhor pra ele. Foi um traço marcante no seu caráter.
Senna passou a se revelar um atleta quase tão genial quanto era como piloto, e ele passou a ser uma máquina na preparação física na sequência de sua carreira. Ainda em 1984, Senna assinou com a Lotus, o que gerou polemica – ele foi suspenso pela Toleman por quebra de contrato.
Em 1985, chegou na sua primeira equipe de ponta na F1. Logo em sua segunda corrida no GP de Portugal, ele mostrou todo o seu talento ao conseguir sua primeira pole position com quase um segundo sobre Prost, que na época tinha em seu McLaren o carro mais rápido.
Na corrida sob forte chuva, Senna foi genial e conquistou de maneira espetacular sua primeira vitória na categoria com simplesmente um volta de vantagem sobre o terceiro colocado Patrick Tambay, e duas voltas sobre o Williams de Mansell. Ainda sob chuva, venceu sua segunda corrida na Bélgica. Na Lotus, havia o problema do auto consumo do motor Renault, o que comprometia o desempenho do carro.
Em 1986, o francês Alain Prost estava na McLaren, e o então bicampeão Nelson Piquet na Williams. Os dois eram pedras no sapato de Ayrton Senna. Para complicar as coisas, Nigel Mansell um desconehcido piloto inglês, surpreendeu a todos com uma pilotagem dominadora com a Williams. A Lotus ainda tinha o auto consumo do motor Renault.
Com boas táticas aerodinâmicas, Senna melhorou o carro da Lotus e, mesmo com a inferioridade técnica, brigou por vitórias no ano. Senna se revelou inteligente também fora das pistas ao trabalhar arduamente para que os motores Honda equipassem a Lotus no ano seguinte, e obteve sucesso.
Em 1987, os motores Honda também se equiparam a Lotus, mas mesmo com suas táticas aerodinâmicas na melhora do carro, Senna acabou não sendo páreo para a dupla da Williams. Como um homem de visão, Senna começou a construir sua futura relação com a McLaren e tentou trabalhar o casamento McLaren/Honda. Um ano depois, ele assinou com a McLaren levando consigo os motores Honda.
Senna já era uma estrela precoce nas pistas, e enfim teria um carro do tamanho do seu talento. Mas havia uma pedra no seu caminho rumo ao sonho do título mundial: Prost, então bicampeão e recordista de vitórias. Surpreendentemente, o brasileiro se mostrou mais rápido, mas colocou tudo a perder com erros infantis.
Após dura disputa com Prost, em 1988, Senna conquistou seu primeiro campeonato no GP do Japão e fez outra das suas grandes corridas na F1 largando do décimo quarto lugar.
Em 1989, como campeão vigente, Senna teve a pressão de defender o título. Infelizmente, ele não fez uma das suas melhores temporadas, enquanto Prost, correndo com muita inteligência, levou o tricampeonato. O campeonato foi marcado pela polemica entre Senna e Prost no Japão, onde o francês jogou o carro para cima do brasileiro.
Em 1990, Prost estava na Ferrari ao lado de Mansell. A McLaren continuava forte com os motores Honda, mas não era a equipe dominante dos dois anos anteriores. A Ferrari tinha a melhor dupla de pilotos e o câmbio semiautomático. Surpreendentemente, a Williams, mesmo sem um piloto campeão, tinha na na opinião de muitos o melhor carro do ano.
Prost, com muito conhecimento técnico, acertou o carro da Ferrari, enquanto Senna, com suas táticas aerodinâmicas, melhorou o carro da McLaren. Em 1990, não havia mais descartes e somente venceria aquele que fosse mais regular no campeonato.
Senna se mostrou mais amadurecido, fez um campeonato inteligente, não dando espaço para quebras e subindo no pódio em 11 das 16 corridas do mundial. Mas houve nova polemica no GP do Japão, com Senna fazendo o mesmo que Prost havia feito no ano anterior. Senna conquistou o bicampeonato mesmo não tendo mais o melhor carro e se mostrou um fenômeno na F1.
Em 1991, Senna fez história ao ser até então o piloto mais jovem a chegar ao tricampeonato mundial. As Williams de Mansell e Patrese tinham um conjunto superior ao do time de Ron Denis, mas Senna fez mais um campeonato perfeito, sabendo se aproveitar com maestria dos erros de Mansell durante o campeonato, e levando o título com facilidade. Neste ano, Senna fez outra corrida espetacular ao vencer o GP Brasil pilotando as últimas voltas apenas com a sexta marcha.
Em 1991, Senna se revelou genial trabalhando intensamente nos mínimos detalhes antes das corridas. Ele acertou em todas as suas escolhas enquanto Mansell, mesmo com o melhor carro, errou em em quase todas. Senna colheu os frutos do auge da maturidade alcançada durante os anos de F1. E também mostrou outro traço marcante em seu caráter: a religiosidade.
Em 1992, a Williams fez o imbatível FW 14 B, considerado por muitos um dos melhores carros da história, e Mansell levou o título com facilidade. Senna ainda conseguiu arrancar três vitórias, mas acabou terminando apenas em quarto O brasileiro mostrou outro traço marcante na sua personalidade ao salvar Eric Comas da morte durante um treino.
Em 1993, Senna, no auge da carreira pilotou como nunca e fez nesse ano a corrida mágica no GP da Europa em Donington Park, considerada por especialistas a melhor volta da história. O tricampeão surpreendeu os críticos ao mostrar um talento excepcional para vencer, mesmo pilotando um carro inferior. Prost acabou levando o tetracampeonato, mas Senna foi eleito o melhor piloto do ano.
Em 1994 Senna foi para a Williams. Mas ao contrário do que muitos pensam, a mudança de regulamento que previa o fim dos recursos eletrônicos talvez não tenha sido o grande problema, mas sim o fato do FW 16 ter sido mal projetado. Sem levar em consideração a mudança de regulamento, o carro apresentava problemas crônicos de dirigibilidade .
Havia também outra pedra no caminho: o jovem alemão Michael Schumacher, que nas duas primeiras temporadas completas, em 1992 e 1993, mostrava um super talento. Foram infelizmente apenas três corridas. Senna fez a pole em todas, mas não terminou nenhuma.
Antes de sua partida em 1994 o tricampeão surpreendeu mais uma vez o mostrou outro traço marcante no seu caráter: o lado humano ao revelar o desejo de construir o Instituto Ayrton Senna, que virou realidade após sua partida. Em 1996, dois anos após sua morte, foi revelado que Senna doou parte de sua fortuna a instituições de caridade.
Confira no link á seguir, a comparação de Ayrton Senna como os demais campeões mundiais na história da Fórmula 1. A comparação de dá nas 161 corridas. ( Numero que Ayrton Senna pode computar na sua carreira)https://www.terra.com.br/
Imagem : Site Mktesportivo
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