quarta-feira, 27 de março de 2024

Uma certa questão.

 Todo início de ano é a mesma discussão: o que fazer com os campeonatos estaduais? Aqueles que foram os grandes torneios do passado, tendo um papel fundamental na consolidação do Brasil como o país do futebol, perderam a relevância faz tempo. Pelo menos neste formato e para os clubes grandes. Mas como resolver isso?

O contexto histórico

No início do século passado, quando o futebol chegou ao Brasil, as primeiras partidas e competições eram disputadas entre clubes da mesma cidade ou região. Em uma época em que viajar era extremamente caro e demorado, existia até campeonatos citadinos entre clubes da mesma cidade. Estes formatos de competição foram fundamentais para consolidar o esporte, atraindo praticantes e criando uma base de torcedores.

As décadas se passaram e o modelo adotado de competição para um país de dimensões continentais deu super certo. Criaram-se as federações responsáveis por espalhar o jogo por todos os estados da nação. Assim, atletas dos mais longínquos destinos do Brasil tiveram a oportunidade de praticar o futebol e chegar a equipes profissionais. Mais tarde os torneios evoluíram e as competições nacionais foram criadas, incrementando o jogo e levando o esporte a outro patamar.

A globalização verificada na década de 90 mexeu de novo, e profundamente, com este cenário. As transferências internacionais de atletas dispararam. Craques passaram a deixar o país ainda muito novos em busca de dólares nos campeonatos europeus. Estes, por sua vez, aterrissaram no Brasil com a chegada das TVs por assinatura. A competição ficou ferrenha. E aquilo que um dia era resolvido no bairro ou até na mesma cidade, passou a ter dimensões globais.

E como ficou o nosso futebol nisso? Bom, o Brasil não conseguiu responder prontamente a esta ameaça mercadológica. Decidiu-se aproveitar a abundância de talento e explorar esta fonte de receita com cada vez mais transações para o futebol estrangeiro. Estrategicamente, não conseguimos pensar no nosso esporte como um competidor nesta nova ordem mundial.

O contexto atual

Em um novo cenário competitivo que crianças, jovens e adultos são bombardeados com campeonatos de todo o mundo diariamente na sua TV, tablet e smartphone, os estaduais certamente ficam no final desta fila de preferência. Não tem como um Tottenham x Manchester City, com craques do mundo todo, competir com um Botafogo x Bangu, em Moça Bonita, aos 52 graus na sombra, no mês de janeiro.

Quando em minha experiência de cinco anos no Grêmio, sempre fui um defensor do fim dos campeonatos estaduais. Pensava que não fazia sentido para um clube que disputava competições nacionais e sul-americanas ter de jogar durante três meses com equipes do interior do estado. Depois, quando fui para a CBF, passei a enxergar esta questão sob outro ponto de vista.

Voltando lá para início deste texto, vemos que o futebol só é o que é no Brasil porque atingiu um nível de expansão absoluto em seu território. Retirando o olhar das grandes metrópoles, é fundamental enxergar que o futebol consegue chegar em todas as cidades e localidades do país, independente do seu tamanho. E aqui os campeonatos estaduais, e o papel das federações, ainda são fundamentais.

O consagrado goleiro Weverton, hoje no Palmeiras, começou no Juventus do Acre, sua terra natal. Se lá não existissem campeonatos para seu time disputar, este certamente seria um talento desperdiçado para nosso futebol. E os exemplos deste tipo sabemos que são inúmeros. Assim, o espraiamento do futebol é uma das grandes estratégias que deram certo no nosso país e fizeram sermos um celeiro adentrum  de craques.

Agora, diante do cenário global, precisamos entender que se faz necessário mexer nesta estrutura para tentarmos competir. Sim, os estaduais e as federações são fundamentais na disseminação do futebol como esporte a ser jogado e assistido, além de formar atletas. No entanto, para clubes de primeira linha do país passarem a competir com o mercado global, não há mais espaço para se gastar três meses do nosso calendário neste tipo de campeonato.

Hoje, o estadual é grande demais para os clubes que disputam campeonatos nacionais, em especial a Série A, e pequeno demais para clubes fora destas competições. Este cenário cria os clubes temporários que funcionam apenas três meses no ano e depois fecham as portas. Por mais que eles possam se considerar profissionais, sabemos que neste formato, infelizmente, não o são.

A proposta de mudança

Assim, só resta uma alternativa óbvia: diminuir os estaduais para os grandes e aumentar para os pequenos. Minha sugestão é um campeonato estadual que dure o ano todo, ou pelo menos dez meses, considerando mais um de pré-temporada e outro de férias dos atletas. Jogariam nele aqueles clubes não envolvidos em competições nacionais, o que irá variar bastante de estado para estado.

A fase final, que duraria um mês, seria disputada no mês de fevereiro, para os clubes ditos grandes usarem como uma pré-temporada, além de manter o vínculo com as outras cidades do seu estado. Seria um supercampeonato, tipo um March Madness do basquete universitário americano, para usar não mais que oito datas.

A partir de março, já iniciaria o Brasileirão, apenas nos finais de semana, valorizando o principal campeonato nacional. As outras divisões nacionais também começariam com os jogos distribuídos uma vez na semana, valorizando também o seu produto.

Esta é uma discussão complexa e que envolve uma infinidade de atores. Não há resposta correta, mas sim opções que podemos tentar para responder a uma ameaça competitiva fortíssima que é o futebol estrangeiro. Da forma que está, já sabemos que estamos ficando para trás. Precisamos usar o que os estaduais nos trazem de positivo, como o desenvolvimento de talentos e a consolidação do esporte em todo o território nacional, mas adaptá-los à nova ordem competitiva mundial.

Diminuí-los para os clubes grandes gerará um Campeonato Brasileiro com menos atletas lesionados, jogos mais espaçados, parando nas datas FIFA e incrementando o produto. Abrem-se oportunidades para viagens ao exterior para torneios internacionais que expandam a marca dos clubes. Por outro lado, aumentando para os clubes menores será uma chance de eles terem um calendário anual para seus atletas e torcedores. Todo mundo sai ganhando. 

O artigo de Fabio Ritter - 06/02/2024 - 12:05 no Lance



Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;


II – do Presidente da República;


III – de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.


§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.


§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.


§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.


§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:


I – a forma federativa de Estado;


II – o voto direto, secreto, universal e periódico;


III – a separação dos Poderes;


IV – os direitos e garantias individuais.


§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. De acordo com o autor Guilherme Pena de Moraes, no meu livro sobre a Constituição Federal do Brasil, e também com dados oficiais do Senado Federal.

Os campeonatos estaduais de futebol do Brasil são as competições masculinas e femininas profissionais adultas de futebol no Brasil que ocorrem geralmente entre janeiro e maio em cada uma das unidades federativas do Brasil. Historicamente, por questões econômicas e geográficas, as distâncias entre as principais cidades do país fizeram com que o povo brasileiro desenvolvesse uma forte cultura de disputa por estados. Assim, cada Unidade da Federação brasileira possui seu próprio campeonato, hoje em dia durando em torno de quatro meses.

Por causa desses campeonatos, algumas disputas entre rivais do mesmo estado ou cidade tem peso equivalente ou maior a uma disputa com os principais clubes de outros estados. Esses jogos são chamados de clássicos. Alguns exemplos são Fla-Flu e Clássico dos Milhões, no Rio de Janeiro; Derby, Choque Rei, Majestoso e San-São, em São Paulo; Grenal, no Rio Grande do Sul; Clássico Mineiro, em Minas Gerais; Atletiba, no Paraná; Clássico dos Clássicos e Clássico das Multidões, em Pernambuco; Ba-Vi, na Bahia; Clássico de Florianópolis e Clássico do Interior, em Santa Catarina; Clássico-Rei, no Ceará, entre Ceará e Fortaleza, e no Rio Grande do Norte entre ABC e América de Natal; Re-Pa, no Pará; Clássico das Multidões em Alagoas; Super Clássico, no Maranhão; Rivengo, no Piauí; Clássico dos Maiorais, na Paraíba; Derby Sergipano, em Sergipe; Derby do Cerrado, em Goiás; Rio-Nal, no Amazonas; Clássico dos Gigantes, no Espírito Santo; entre outros.

Em que pese ser popular o pensamento de que são exclusividade brasileira, certames regionais/provinciais também existem na Europa, embora quase sempre como uma divisão inferior do sistema de ligas nacional, caso da Inglaterra. Outro caso é o de ficar restrito aos clubes menores e elencos "B" dos principais clubes, como na Copa Cataluña, em que Barcelona utiliza seu time alternativo. O Brasil difere por ter estaduais com autonomia, calendário e plantel principal de grandes clubes.

A tradição cultural em uma população é transmissão de costumes, memórias ,  comportamentos e crenças culturais que são transmitidos á cada geração entre todos os integrantes de uma nação.

Uma república federal (ou república federativa) é um Estado que estruturalmente é simultaneamente uma federação e uma república

Uma federação é um estado composto por determinado número de regiões com governo próprio (chamados de "estados") e unidas sob um governo federal. Numa federação que ao contrário do que acontece num estado unitário, o direito de autogoverno de cada região autónoma está consignado constitucionalmente e não pode ser revogado por uma decisão unilateral do governo central. O uso do termo "república" talvez seja inconsistente mas, no mínimo, indica um Estado em que o chefe de estado não é um monarca

Em uma república federal, há uma divisão de poderes entre o governo federal e o governo das subdivisões individuais. Embora cada república federal administre esta divisão de poderes de maneira diferente, questões comuns relacionadas à segurança e defesa e política monetária são geralmente tratadas em nível federal, enquanto questões como manutenção de infraestrutura e política educacional são geralmente tratadas em nível regional ou local.

As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais.

As clausulas pétreas em uma Constituição Federal, são prerrogativas que não podem ser modificadas por uma proposta de emenda a constituição.

Os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, compõem a República Federativa do Brasil. Por isto, os estados são chamados de Unidades da Federação.

Em país como o Brasil, com 26 estados, além do Distrito Federal, existem estados com culturas, linguagens e tradições próprias nas suas respectivas populações.

Sendo assim ; Os campeonatos estaduais de futebol no Brasil, representam as tradições culturais, as linguagens e os costumes tão distintos entre as populações dos 26 Estados do Distrito Federal, em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Sendo assim ; Extinguir os campeonatos estaduais de futebol no Brasil, seria abolir a forma federativa de estado, uma das clausulas pétreas da Constituição Federal.

Os campeonatos estaduais de futebol no Brasil, representam as pluralidades culturais entre as populações dos 26 estados e do Distrito Federal no Brasil.

No meu livro sobre a Constituição Federal do Brasil, do autor Guilherme Pena de Moraes, eu pude me atualizar  sobre algumas das prerrogativas constitucionais no país.

Os 26 estados e o Distrito Federal no Brasil, tem suas pluralidades culturais, representadas nos seus respectivos campeonatos estaduais de futebol.

Ou seja ; Os campeonatos estaduais de futebol, são a pluralidade cultural nos 26 estados e no Distrito Federal no Brasil, que tem a Republica Federal, como uma das clausulas pétreas.

Uma república federal (ou república federativa) é um Estado que estruturalmente é simultaneamente uma federação e uma república.

Uma federação é um estado composto por determinado número de regiões com governo próprio (chamados de "estados") e unidas sob um governo federal. Numa federação que ao contrário do que acontece num estado unitário, o direito de autogoverno de cada região autónoma está consignado constitucionalmente e não pode ser revogado por uma decisão unilateral do governo central. O uso do termo "república" talvez seja inconsistente mas, no mínimo, indica um Estado em que o chefe de estado não é um monarca.

O Brasil é uma Republica Federativa. Uma Republica Federativa no Brasil, é uma federação aonde todos os estados tem seu próprio auto governo, e suas decisões não podem ser revogadas por qualquer decisão unilateral do Governo Federal.

As clausulas pétreas da Constituição Federal, são prerrogativas que não podem ser alteradas nem mesmo por uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC). 

Uma das clausulas pétreas da Constituição Federal do Brasil é justamente a forma federativa de Estado com uma forma de governo. Sendo a Federação Republicana, uma das clausulas que não podem ser alteradas por uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC), cada um dos 26 estados e o distrito federal, tem suas próprias linguagens, sua própria cultura e seus próprios costumes.

Os campeonatos estaduais no Brasil, representam os costumes, as linguagens e as tradições diferentes de cada um dos 26 estados e o distrito federal no Brasil.

Os clássicos estaduais no Brasil, são campeonatos á parte dos campeonatos que os respectivos clubes estão disputando a cada temporada no Brasil.

Durante 08 semestres, eu cursei a habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM). Os meus estudos nos 08 semestres na habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, somadas a minha vivencia no futebol desde a minha infância, me permitem chegar á uma conclusão.

Não é viável extinguir os campeonatos estaduais no Brasil. Os campeonatos estaduais, representam as linguagens, as culturas e as tradições diferentes em cada um dos estados brasileiros.

Distinções culturais, que estão representadas em cada um dos campeonatos estaduais dos 26 estados e do distrito federal. Como torcedor e jornalista, cheguei é esta conclusão há alguns anos.

As paixões clubisticas no Brasil, revelam as culturas, linguagens e costumes tão diferentes em cada estado da federação no Brasil. Ou seja leitor (a). O Brasil é um pais continental, com culturas distintas dentro do próprio país. Algo que não acontece nos países da Europa, Ásia e Oceania.

Os campeonatos estaduais representam a diversidade cultural existente nos 26 Estados da federação no Brasil e também no Distrito Federal . Ou seja. No Brasil, cada um dos 26  estados da federação, equivalem  a um pais diferente em níveis culturais. Ou seja. Os campeonatos estaduais acabam envolvendo as culturas tão diferentes dentro de um pais continental como o Brasil. Os campeonatos estaduais representam as culturas, linguagens e costumes tão distintos em cada estado da federação no Brasil. As paixões clubisticas em cada estado da federação, também representa a diversidade cultural dentro do próprio Brasil.  No Brasil, cada estado da federação equivale a um pais diferente. Cada estado da federação no Brasil, equivale a um pais distinto , com linguagens, culturas e costumes muito distintos um do outro. Os campeonatos estaduais no Brasil representam essa diversidade. 

O futebol nos estados reflete as diferenças culturais e linguísticas dentro dos 27 estados da federação brasileira. As culturas e linguagens de cada estado, estão expressas nos seus respectivos campeonatos estaduais.

Lembrando leitor (a). O federalismo é um sistema politico governamental em que vários estados se reúnem para constituir uma nação vigente. No federalismo tradicional, os estados conservam sua autonomia  politica, suas linguagens, tradições e costumes. 

De certa forma, os campeonatos estaduais, refletem a cultura federalista de um país continental, com 211 a 213 milhões de habitantes. 

Algo á ser devidamente observado. De maneira mais detalhada. Pela imprensa hegemônica no Brasil. 

Confira no site campeões do futebol a história das 26  Federações Estaduais e do Distrito Federal, no site campeões do futebol. Confira também todos os clubes que venceram os campeonatos estaduais, nas 26 Federações Estaduais e no Distrito Federal, também no site campeões do futebolhttps://www.campeoesdofutebol.com.br/estaduais.html

Imagem ; Portal Lance. 





 


 



Imagem : Site Reddit 



 




 
 



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