segunda-feira, 25 de julho de 2022

Identitarismo x admiração.

O termo identitarismo, tem origem na expressão identity politics (políticas identitárias). Este conceito foi cunhado por Combahee River Collective, grupo feminista formado por negras e lésbicas em 1974. Essas mulheres se uniram por não se sentirem representadas pelo movimento feminista, branco em sua totalidade.

O significado original do identitarismo pode ser encontrado no Manifesto do Coletivo Combahee River, Para os representantes da coligação, a forma mais profunda e radical de política, viria da identidade própria.

Os intelectuais da época, afirmavam ainda, que em comparação aos grupos politizados que presidiam, todos pareciam mais merecedores de atenção do que os grupos delas. Assim, já seria suficiente o reconhecimento horizontal da mulher negra e lésbica como ser humano.

Uma política identitária ou identitarismo se refere a posições políticas baseadas nos interesses e perspectivas de grupos sociais com os quais os cidadãos se identificam. Segundo minhas leituras na biblioteca da FMU ( Faculdades Metropolitanas Unidas), no oitavo e último semestre da habilitação em Jornalismo na Comunicação Social. 

Eu acompanho Formula 1 desde meados da década de 1980. Acho legítimo que todos nós, que acompanhamos automobilismo, tenhamos o direito legítimo de ter nosso piloto predileto. Em uma democracia, é legítimo que todos nós tenhamos o direito legítimo de ter nossas respectivas preferências.

Conforme eu abordo no meu outro blog sobre o cotidiano, o direito à auto orientação, é algo legítimo em democracias maduras e consolidadas.

Em uma postagem, eu abordei o identitarismo entre os fãs dos tricampeões mundiais, os brasileiros  Ayrton Senna e Nelson Piquet. Hoje, novamente, tenho que voltar a este tema, desta vez o identitarismo entre os fãs do britânico Lewis Hamilton e do holandes Marx Verstappen.

O identitarismo, que pare dos fãs de Marx Verstappen, é chamar Lewis Hamilton de "piloto de fraude", " que somente conquistou seus sete campeonatos por ter um foguete".

Chamar Hamilton de "piloto de fraude", é puro identitarismo dos fãs de Max Verstappen. No campeonato mundial em 2007, o espanhol Fernando Alonso, vinha de dois campeonatos consecutivos em 2005 e 2006.

No campeonato mundial em 2007, Hamilton era apenas um estreante. Mesmo sendo bicampeão mundial , Alonso simplesmente não superou o estreante Hamilton, com ambos pilotando exatamente o mesmo carro.

Entre 2007 a 2012, Hamilton já havia vencido 22 corridas na sua carreira, antes de se transferir para a Mercedes. Entre 2007 a 2012, ficam claras duas coisas. Hamilton não era um estrategista como Alonso. 

Contudo, não havia como questionar o talento natural de Lewis Hamilton na Formula 1. Após conquistar dois campeonatos consecutivos em 2014 e 2015, Hamilton passou a entender uma corrida em suas tres partes, começo, meio e fim, á partir do campeonato mundial em 2016.

Somando talento natural à estratégia de corrida, Hamilton passou a acumular recordes, chegando às 103 vitórias em 300 grandes prêmios na sua carreira. Negar o talento de Lewis Hamilton é um total identitarismo dos fãs de Marx Verstappen.

Contudo, o mesmo identitarismo é adotado pelos fãs de Hamilton em relação a Verstappen. Chamar Verstappen de "piloto fake", é puro identitarismo.

Desde a sua juventude, Marx Verstappen, sempre foi reconhecido justamente pelo seu talento natural. Ainda que não fosse um estrategista de corrida, os especialistas em automobilismo, sempre apontaram o talento natural de Verstappen na Formula 1.

Em oito campeonatos disputados, Verstappen já alcançou 27 vitórias na sua carreira, já sendo um dos dez maiores vencedores de corrida na história da Formula 1.

Ou seja. Chamar Marx Verstappen de " piloto fake", é o identitarismo dos fãs de Lewis Hamilton. 

Ou seja. Os fãs de Lewis Hamilton e Marx Verstappen, adotam as políticas identitárias, visando defender os pilotos que admiram. 

Lewis Hamilton não é " um piloto de fraude". Nenhum piloto conquista 103 vitórias em 300 corridas, sendo "um piloto de fraude".

Marx Verstappen também não é " um piloto fake". Nenhum piloto alcança a marca de 27 vitórias em menos de dez campeonatos disputados, sendo um " piloto fake".

A análise do automobilismo, exige muita serenidade, sem identitarismo. Independentemente dos campeões mundiais das nossas respectivas preferências.

Agora, confira no link á seguir, os maiores vencedores de corridas da história da Formula 1.https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_vencedores_de_corridas_da_F%C3%B3rmula_1


Imagem : Portal Globo Esporte. 







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