Depois da reprovação das contas do Corinthians referentes a 2019, na última terça (27), Andrés Sanchez pode ter que ressarcir o alvinegro de eventuais prejuízos? Ele pode ficar inelegível no clube por dez anos?.
As duas hipóteses podem se concretizar. Porém, há um longo caminho a ser percorrido.
Há um movimento entre conselheiros da oposição para apresentar requerimento pedindo o encaminhamento do para a comissão de ética. Isso para assegurar o envio.
Na comissão de ética, a discussão deve gerar principalmente em torno de se houve gestão temerária, prática de crime e quem são os eventuais responsáveis.
A lei 13.155, que trata do Profut (refinanciamento das dívidas dos clubes com a União) detalha o que caracteriza gestão temerária. Um dos atos é "formar déficit ou prejuízo anual acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior".
Em 2019, o Corinthians registrou déficit líquido de R$ 195.476.000. E a receita total obtida em 2018 foi de R$ 469,9 milhões, de acordo com dados do balanço do clube. Ou seja, o percentual estipulado pelo Profut foi ultrapassado.
O artigo 106 do estatuto corintiano diz que a reprovação das contas é um dos motivos para ser requerida a destituição do presidente.
Mesmo assim, segundo conselheiros ouvidos pelo blog, o artigo 106 serve de base para o caso.
Ele diz que o administrador que praticar ato de gestão irregular ou temerária será imediatamente afastado após decisão da assembleia geral (dos sócios) e ficará inelegível por dez anos. Esse é o resumo do que eu vi noticiado no Blog do Perrone, no Portal UOL, na data desta quarta feira (28) as 11:07 hs.
A gestão temerária é caracterizada pelo risco desmedido que caracteriza a gestão uma gestão temerária em uma instituição financeira. A gestão temerária é caracterizada por fugir os limites da racionalidade, constituído uma verdadeira aventura financeira com patrimônio alheio.
Há alguns anos, os dirigente dos clubes brasileiros, se aventurarem a pagar R$ 1 a 1,5 milhões mensais a jogadores repatriados do exterior. A aceleração da globalização no futebol com a Lei Bosman, acelerou a loucura dos nossos dirigentes.
Na contabilidade, a liquidez econômica, corresponde a velocidade e facilidade na qual um ativo pode ser convertido em caixa. Um exemplo da liquidez econômica, é que o ouro é realmente um ativo liquido, pois pode rapidamente ser vendido.
Sim leitor (a). Se eu fosse presidente de um clube de futebol, não pagaria 1,5 milhões por mes a jogador ou técnico algum, ainda que o clube me garantisse condições de pagar. O valor de 1,5 milhões mensais, é um investimento de alto risco, principalmente em uma economia tão turbulenta quanto a brasileira.
Nesta quarta feira, o dólar está cotado a R$ 5,34 centavos no Brasil. Em uma economia tão sujeita a turbulências externas, desembolsar um salário mensal de R$ 1,5 milhões para repatriar um jogador do exterior, não me parece muito racional.
Sim leitor (a). Eu não pagaria um salário de R$ 1,5 milhões a um jogador, a não ser com a ajuda de um patrocinador. Pois clube de futebol não é banco. Não se pode dividir lucro. Com o que se arrecada com a receita, se mantem o futebol e todos os compromissos financeiros.
Eu particularmente temeria ser responsabilizado por gestão temerária. Como eu acho que qualquer administrador sensato também temeria. Ou seja. Talvez seja a hora do futebol deixar de ser um universo paralelo no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário